Maioria no Congresso Nacional é patronal e sindicalistas ligados às centrais querem mudar isso

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Na manhã desta sexta-feira (2) em Campo Grande, ele esteve reunido na sede da central com lideranças da Força Sindical Regional MS, UGT, CGTB, NCST e CUT, para tratar da Conferência Regional do Trabalho e Emprego Decente, que está sendo realizado com a participação deles no Estado. Na ocasião, esse assunto, da falta de representatividade dos trabalhadores no Congresso Nacional, tomou conta de boa parte das discussões.

Estevão Rocha dos Santos, vice-presidente da Força Sindical Regional MS, sugere que o movimento sindical brasileiro se conscientize disso e procure, desde já, reverter esse quadro. “Precisamos fazer algo para ganharmos espaço porque são inúmeros projetos em favor dos trabalhadores e que tramitam no Congresso Nacional e se continuar como está, nunca sequer serão pautados, quanto mais aprovados”, comentou.

José Lucas da Silva, diretor da CGTB nacional e coordenador geral do Fórum Sindical dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul – FST/MS, citou dados de uma pesquisa feita pelo DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), que revela que 473 dos 513 deputados federais da Câmara, são representantes patronais. “Isso chega a ser assustador”, desabafa o sindicalista que critica os próprios trabalhadores e sindicalistas como culpados por esse quadro e justifica: “Somos nós quem os elegemos e não cobramos seu compromisso com as causas dos trabalhadores brasileiros. Mas nunca é tarde, vamos procurar reverter isso. Vamos panfletar as cidades, se for preciso, para mostrar ao povo quem é quem na hora de decidir sobre temas de interesse da população”, disse.

Na reunião na sede da CTB estavam presentes também Teodorico Fernandes da Silva, diretor do Sintrae/MS, Oswaldo da Costa Menezes, do Seaac/MS e Marcos Vinício Marin, da UGT. Todos mostraram-se indignados com essa realidade constatada em Brasília durante o acompanhamento de alguns projetos de interesse dos trabalhadores, que tramitam nas comissões da Câmara e do Senado.

As centrais sindicais e confederações nacionais vão jogar mais pesado para tentar aprovar esses projetos, como já fazem em torno da proposta de redução da jornada de 44 para 40 horas semanais, sem redução salarial. “O trabalho que fazemos com todos os movimentos sindicais em torno dessa matéria servirá de base para nos posicionarmos com relação às outras matérias, explica Estevão Rocha dos Santos, vice-presidente da Força Sindical MS.

Entre os inúmeros projetos de interesse dos trabalhadores em tramitação no Congresso, segundo Ricardo Froes, estão o de número 248, de 2006, que trata da contribuição assistencial, que é de vital importância para a sobrevivência dos sindicatos; o de nº 177, de 2007, que veda a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura; o que trata da regulamentação da profissão dos comerciários no Brasil; outros também beneficiam os aposentados, entre tantos outros.

O senador Paulo Paim (PT/RS), tem sido um dos poucos defensores das causas dos trabalhadores no Congresso. Muitos projetos seus estão engavetados há anos e há quem diga, pelos corredores, que dificilmente esses projetos virão à tona. “Caberá a nós mudarmos isso daqui para frente”, insiste Estevão Rocha.