Evasão de faculdades privadas em SP bate recorde

 

 

 

 

O ensino superior privado do Estado de São Paulo registrou em 2008 o maior índice de evasão dos últimos oito anos. O recorde é de 24,21% para a região metropolitana e de 21,10% em todo o Estado. Em 2000, 60.843 alunos da Grande São Paulo desistiram da faculdade. Em 2008, o número saltou para 168.452. O crescimento é de cerca de 178,5%.

 

Os dados fazem parte de um levantamento do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp). São considerados dentro do conceito de evasão alunos que abandonaram, trancaram, desligaram-se ou se transferiram para outra instituição. A pesquisa é realizada com base no censo da educação superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).

 

As explicações para o aumento da evasão não estão ligadas diretamente à crise econômica, que começou no fim de 2008. Segundo o Semesp, são três as razões: a inclusão das classes C e D, que desistem por motivos financeiros ou de defasagem acadêmica; a grande concorrência entre as instituições, que "roubam" alunos umas das outras; e a falta de sintonia entre a metodologia dos cursos e os interesses de uma geração que está cada vez mais conectada e envolvida com tecnologia.

"A inclusão das classes C e D é algo bastante positivo. Reduzir valores e criar facilidades de pagamento dão mais acesso aos alunos, mas não garantem a permanência", afirma Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp. Para ele, políticas públicas de financiamento, como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Financiamento ao Estudante no Ensino Superior (FIES), deveriam ser ampliadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.